Apoio a Bolsonaro é maior entre os evangélicos, aponta Datafolha

A pesquisa mais recente do Datafolha, realizada esta semana, indica que a intenção de voto em Jair Bolsonaro é maior entre os evangélicos. Quase metade (48%) dos evangélicos fez sua escolha pelo candidato do PSL.

O percentual apurado pelo Datafolha já exclui eleitores indecisos, brancos e nulos. Para efeitos de comparação, é um desempenho bem acima de sua média geral, 39%. Entre os católicos, ele tem 35% dos votos.

Seu principal concorrente, Fernando Haddad (PT), tem 29% do voto católico e apenas 18% entre evangélicos. Com cerca de 30% do eleitorado brasileiro, esta eleição parece ser mais uma demonstração de sua força política, considerando o grande envolvimento de pastores na campanha.

Em contraste, os candidatos que se declaram evangélicos, Marina Silva (Rede) e Cabo Daciolo (Patriota), não conseguiram amealhar um apoio expressivo desse segmento religioso. A ambientalista tem 4% e o ex-bombeiro fica com 3%, o triplo da sua média geral.

Outro aspecto a ser considerado é que a rejeição a Bolsonaro, que se declara católico, é muito menos entre os que se dizem evangélicos. Trinta e seis por cento desses eleitores dizem que não votarão “de jeito nenhum” no capitão reforma do PSL, enquanto sua reprovação global é de 45%.

Haddad tem 44% de rejeição entre os evangélicos e 37% dos católicos não consideram a hipótese de votar nele no domingo.

O Datafolha ouviu 10.930 eleitores em 389 cidades do país entre quarta (3) e quinta (4). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Reação ao movimento #Elenão

Durante o último sábado (29), diversos atos contra Jair Bolsonaro foram realizados no país usando como lema “ele não”. Apenas dois dias depois, na segunda-feira (1º), o pesselista crescera quatro pontos nas pesquisas.

A artista Fábia Karklin, 39, criadora do evento em São Paulo, e que, pelas redes sociais, acabou se repetindo em mais de 30 cidades, reclama que as imagens das manifestações foram usadas para fazer campanha em prol do candidato que elas rejeitam. Ela culpa os evangélicos.

Segundo ela, “Há grupos de igreja, criados há muitos meses, espalhando boatos que deturparam o ato.” Conforme vem sendo amplamente noticiado, fotos de mulheres que foram às ruas no sábado com o peito de fora e homens se beijando acabaram viralizando no comunicador. Muitas dessas mensagens vinham acompanhadas da mensagem “Esse é o Brasil que eu não quero”.

“Esse uso da religião para os interesses dos poderosos é o grande erro. Isso sim deve ser questionado. É muito mais a coerção do voto evangélico do que o ato das mulheres”, avalia Karklin. Embora insista que o movimento do #elenão é “apartidário”, sua fundadora declara voto em Guilherme Boulos (PSOL).

 

Fonte: gospelprime