Augusto Serra e Chiquinho Oliveira se contradizem e perdem credibilidade

Augusto Serra e Chiquinho Oliveira

O ex-secretário municipal de Cultura, Augusto Serra, divulgou um vídeo nas redes sociais criticando o prefeito de Codó, Chiquinho Oliveira (PT), por declarar apoio a Magno do PT, candidato à presidência do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores.

Segundo Serra, a decisão do prefeito foi equivocada, já que Chiquinho teria sido apoiado por todos os três grupos que hoje disputam a direção partidária. Ele ainda acusa o gestor de utilizar a máquina pública para favorecer o candidato Magno — o que, se comprovado, seria grave.

Contudo, o que chamou a atenção do blogueiro Leonardo Alves e de boa parte da opinião pública foi o tom da crítica, marcado por um ego inflado e por uma falta de autocrítica por parte de Augusto Serra. A incoerência é visível: ele condena o apoio do prefeito a um candidato do partido, mas esquece que, recentemente, protagonizou episódio semelhante — e ainda mais questionável.

Augusto Serra presidiu a Comissão Eleitoral responsável por escolher as entidades civis para composição do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), e mesmo assim decidiu se candidatar à presidência do próprio Conselho. Um claro conflito de interesses. A função de presidir a comissão exigia isenção, mas Serra usou a posição para, supostamente, preparar o terreno para sua própria candidatura — o que, no mínimo, é antiético.

Além disso, pesam sobre sua condução denúncias de irregularidades no processo, em conjunto com sua aliada Zila Moura. Assim, ao criticar o prefeito por falta de imparcialidade, Augusto Serra ignora que ele mesmo falhou gravemente no quesito.

Mas o prefeito Chiquinho Oliveira também não escapa das contradições. Ao invés de exercer um papel de unidade e equilíbrio dentro do partido que dirige o município, preferiu tomar partido em uma disputa interna, ignorando que foi eleito com o apoio dos três grupos agora em conflito. Seu gesto acirra ainda mais a divisão interna no PT local e deixa claro que sua prioridade não é o diálogo, mas sim fortalecer seu grupo político dentro da legenda.

Além disso, pairam suspeitas sobre o uso da estrutura da prefeitura para favorecer um dos candidatos, o que exigiria uma resposta clara e transparente da gestão — algo que até agora não ocorreu.

Chiquinho perde a oportunidade de exercer a liderança institucional e agir com a responsabilidade que o cargo exige. Ao escolher um lado no momento em que deveria construir pontes, o prefeito contribui para aprofundar a disputa interna em vez de pacificar o partido.

No fim das contas, tanto Augusto Serra quanto Chiquinho Oliveira escorregam no discurso da coerência. Um prega neutralidade enquanto se beneficia do processo que conduzia; o outro defende a democracia interna do partido, mas tenta influenciar diretamente sua condução. Os dois perdem credibilidade com ações que geram questionamentos.