Enquanto a Justiça do Piauí tenta citar o blogueiro Ítalo Guilherme Alves da Silva Sousa no processo nº 0800956-79.2024.8.18.0061, por crimes de calúnia, injúria e difamação, ele foge do Fórum e corre direto para a delegacia. Ao invés de se apresentar e exercer seu direito à ampla defesa no local apropriado — o Judiciário — Ítalo preferiu registrar um Boletim de Ocorrência como se isso fosse uma “carta de absolvição antecipada”.
A ação foi movida pelo prefeito de Miguel Alves, Francisco Antônio Rebelo de Paiva, após o blogueiro divulgar um vídeo em setembro de 2024 acusando-o de crimes graves como desvio de verbas, corrupção e lavagem de dinheiro, sem apresentar qualquer comprovação. A juíza Ana Carolina Gomes Vilar Pimentel, da Vara Única da Comarca de Miguel Alves, recebeu a queixa-crime e autorizou, inclusive, o uso de força policial para garantir que Ítalo seja citado e apresente sua defesa, caso continue se esquivando da Justiça.
No vídeo publicado nas redes sociais, Ítalo tenta inverter o jogo: distorce a decisão judicial, diz que está sendo “perseguido” e fala em prisão, como se houvesse um mandado nesse sentido — o que é falso. A decisão judicial trata de citação, e não de prisão. A confusão parece resultado de má-fé ou, no mínimo, de completa incapacidade de interpretação de texto.
Registrar um boletim de ocorrência não é mecanismo de defesa processual. Muito menos é capaz de apagar a responsabilidade penal de suas acusações. Trata-se apenas de uma encenação para tentar convencer o público de que está sendo injustiçado, quando na verdade está sendo chamado a prestar contas por suas próprias palavras.
Se está tão certo da sua inocência, por que não aparece no processo? Por que não apresenta documentos, provas, testemunhas? Por que se esconde atrás de câmeras e narrativas rasas, em vez de fazer o que se espera de qualquer cidadão responsável: comparecer ao Fórum e responder dentro da legalidade?
Ao tentar se vitimizar em vídeo, Ítalo mostra que não quer enfrentar a Justiça — quer manipular a opinião pública. Mas a verdade, mais cedo ou mais tarde, aparece.