
A política de Codó ganhou um novo episódio curioso nesta semana: o vereador Raimundo Leonel foi flagrado vestindo uma camisa oficial da Prefeitura Municipal de Codó — uniforme exclusivo dos servidores do Executivo. O gesto, aparentemente simples, levantou questionamentos sobre os limites entre apoio político e subordinação institucional.
Afinal, ao adotar o fardamento do Executivo, o parlamentar transmite à população uma mensagem confusa: estaria o vereador atuando como fiscal independente do povo ou como parte integrante da estrutura da Prefeitura? A dúvida é legítima, já que a Constituição Federal (art. 2º) determina a separação clara entre os Poderes.
O uso da farda — que deve ser restrita a servidores públicos da administração direta — por um representante do Legislativo não é apenas uma escolha simbólica mal pensada, mas pode ser interpretado como um gesto que compromete a independência funcional do cargo que ocupa. A imagem reforça uma possível subordinação informal do vereador ao prefeito, o que enfraquece a legitimidade do seu papel fiscalizador e autônomo.
Do ponto de vista jurídico, o caso também não é inofensivo. A Lei nº 8.429/1992, que trata da improbidade administrativa, veda o uso indevido de símbolos e recursos públicos com fins pessoais ou fora do seu fim institucional.
Se a intenção era mostrar sintonia com a gestão, o efeito pode ter sido o oposto: expor uma relação de dependência política que compromete a credibilidade do Legislativo municipal. Para muitos, Leonel pode até ter virado “funcionário do mês”, mas sua atuação como vereador precisa urgentemente de um reposicionamento institucional — e, quem sabe, um novo figurino.


Pqp says:
Vereador pinel