O teólogo e professor de Bíblia, Wayne Grudem, declarou que o entendimento sobre os motivos que a Palavra de Deus permite o divórcio não é apenas infidelidade e abandono, mas também abuso sexual e agressão.
Em entrevista ao Christianity Today, o teólogo norte-americano disse que novas pesquisas teológicas revelaram a ele que a Bíblia não é tão rígida em divórcio quanto ele passou anos alegando ser.
A mudança de opinião de Grudem parece ser devida, pelo menos parcialmente, às experiências de abuso que ele e sua esposa, Margaret, ouviram.
“Minha esposa Margaret e eu tomamos conhecimento de alguns exemplos comoventes de coisas como humilhação e degradação sexual severa que continuaram por décadas e outro caso de agressão física que durou décadas”, explicou o teólogo.”Em todas essas situações, o cônjuge abusado ficou em silêncio, acreditando que o dever de um cristão era preservar o casamento, a menos que houvesse adultério ou deserção, o que não havia acontecido”.
Grudem falou sobre sua mudança de pensamento na semana passada, no discurso chamado “Motivos para o divórcio: por que agora acredito que existem mais de dois”, na reunião anual da Sociedade Evangélica Teológica.
Sua nova crença depende de sua interpretação renovada de 1 Coríntios 7.15 , que diz: “Mas se o marido ou a esposa que não é crente insistir em partir, deixe-os ir. Nesses casos, o marido ou a esposa crente não está mais ligado ao outro, pois Deus chamou você para viver em paz”.
Grudem explicou que, na maioria dos comentários, “nesses casos” se refere a infidelidade ou deserção. Mas, depois de estudar 52 outros usos da frase de três palavras na literatura grega antiga, ele concluiu que o escritor raramente pretende “nesses casos” se referir aos casos já mencionados. Em vez disso, pretende se referir a situações semelhantes às já abordadas.
“Esses exemplos me levaram a concluir que, em 1 Coríntios 7.15, a frase ‘nesses casos’ deve ser entendida como incluindo todos os casos que destroem um casamento da mesma forma”, disse ele, concluir que o divórcio é aceitável se houver abuso.
Grudem agora se junta a uma pequena maioria de pastores evangélicos – apenas 55% – que acreditam que o divórcio é o melhor curso de ação para quem enfrenta abuso doméstico, embora ele tenha argumentado que a reconciliação, se possível, é o resultado mais desejável.