China instala câmeras dentro das casas durante quarentena

Uma reportagem da CNN denuncia o nível que o regime comunista chinês está disposto a ir para controlar a vida dos cidadãos do país.

Embora não haja um anúncio oficial informando sobre a instalação de câmaras dentro e fora das casas das pessoas em quarentena, isso acontece em algumas cidades chineses desde meados de fevereiro, segundo fontes do canal de TV.

A China não possui uma lei nacional especifica sobre a regulamentação do uso de câmeras de vigilância, mas os dispositivos já fazem parte da vida pública.

Vale lembrar que há no país o Sistema de Crédito Social (SCS), proposto em 2014, que dá “nota” à população e monitora o comportamento dos cidadãos.

A emissora estatal CCTV diz que há mais de 20 milhões de câmeras instaladas no país, mas outras fontes sugerem um número muito maior. Um relatório da IHS Markit Technology cita 349 milhões de dispositivos instalados até 2018.

A quarentena tem deixado a vida da população ainda mais restrita: dos espaços públicos da cidade às portas da frente de suas casas – e, em alguns casos, até dentro de seus apartamentos.

Pandemia como desculpa

A China tem usado um sistema digital de “código de saúde” para controlar os movimentos das pessoas e decidir quem deve entrar em quarentena. Para forçar a população a ficar em casa, as autoridades recorreram novamente à tecnologia de vigilância.

Um escritório público de Nanquim, na província de Jiangsu, afirmou que instalou câmeras do lado de fora das casas das pessoas em quarentena para monitorá-las 24h horas por dia, o que “ajudou a economizar gastos com pessoal”. Outras cidades também fizeram o mesmo.

Muitos moradores estavam “felizes” com as medidas de controle, embora não fique claro o quanto de críticas é tolerado pelo regime comunista, já que toda a internet é monitorada e censurada no país.

Uma cidadã entrevistada pela CNN mostrou fotos da câmera instalada em sua casa. Ela reclamou da invasão de privacidade e conta que sempre que abria a porta da casa, uma luz forte acendia.

“Isso me fez sentir como se realmente fosse uma prisioneira em minha própria casa”, criticou.

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