SABER É UMA ATRIBUIÇÃO ADQUIRIDA PELO ESTUDO E IMPOSSÍVEL DE SER COMPRADA. MAS, COM OS PODERES INSTITUÍDOS DO CAPITALISMO, ALIADO ÀS INSTITUIÇÕES MERAMENTE MERCADOLÓGICAS, A SOCIEDADE REPRODUZ A “ILUSÃO DO SABER” . ALGO CORROBADO PELA CRISE DA FAMÍLIA.
Nos tempos do capitalismo tardio, o sonho pessoal de se formar em um curso universitário se tornou uma possibilidade franqueada a todo indivíduo capaz de pagar a mensalidade de uma instituição de ensino; inúmeras facilidades são oferecidas, de modo a se agregar cada vez mais estudantes nos quadros universitários. Em princípio, tal mudança de paradigmas seria algo culturalmente excelente, pois mais indivíduos poderiam se especializar profissionalmente e assim favorecer o desenvolvimento social. Todavia, grande parte das mudanças de paradigmas acerca da flexibilização do acesso ao ensino superior ocorre por questões meramente mercadológicas, pois corporações empresariais, camufladas socialmente como instituições de ensino, e que fizeram do sistema de ensino um mercado extremamente lucrativo, um grande negócio movimentador da economia atual.
No mundo pós- moderno, qualquer pessoa agora pode ter seu diploma, desde que possa pagar pela obtenção do mesmo. Tal como destaca com precisão o sublime filósofo e educador Paulo Freire (1921-1997), no contexto dessa realidade educacional norteada pelo primado economicista: “O dinheiro é a medida de todas as coisas, e o lucro, seu objeto principal” .
O estudante da instituição “comerciária” é tratado como um cliente de empresa que sempre está com a razão, portanto, ele não pode de modo algum ser reprovado pelo professor, caso contrário o estudante -cliente procurará outra instituição universitária para seguir a frágil trajetória acadêmica eivada de resultados intelectuais pifios. Quando ocorre uma reprovação, a culpa é do professor, quando o aluno não compreende o conteúdo da disciplina, a culpa é do professor, e assim sucessivamente, circunstância que evidencia o espírito de ressentimento estranhado nessa tipologia estudantil. No sistema comercialista de ensino, o professor é vítima constante de assédio moral e pressões institucionais para que possa satisfazer incondicionalmente os caprichos infantis dos alunos, cada vez mais narcotizados pela infame lógica monetária do ” pagou, passou” .
CRISE NA EDUCAÇÃO E NA FAMÍLIA .
(Discussão em Marx, Kant e Paulo Freire) .