Em 2019, foram mais de 2,5 mil casos de dengue, zika e chikungunya notificados no estado. G1 listou as formas de contágio, tratamento e prevenção das doenças, confira.
O Maranhão registrou mais de 2,5 mil casos de dengue, chikungunya e zika vírus em municípios do estado em 2019, de acordo com o relatório da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Desse número, mais de dois mil casos foram somente de dengue.
O último boletim epidemiológico apontou que houve um aumento de 164,3% nos casos de dengue em 2019 no estado. Os registros mostram que cresceu em 125% os casos de zika vírus, com 61 casos e 9,30% dos de chikungunya, com 348 notificações.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Maranhão é um dos estados que poderão ter surto de dengue em 2020. No ano passado, foram registrados mais de 1 milhão de casos de dengue, com 782 mortes, o que representou um aumento de 488% em relação a 2018.
Mapa mostra estados do país que poderão ter surto de dengue em 2020 — Foto: Fernanda Garrafiel/G1
Caso confirmado
Em 20 dias, já foi registrado o primeiro caso suspeito de morte por dengue hemorrágica em São Luís. A vítima, Maria Raimunda Sampaio Castro de 52 anos, chegou a ser levada duas vezes para a Unidade Mista do bairro Coroadinho, mas segundo a família, não recebeu atendimento adequado. A SES investiga o caso.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que as condições climáticas são as principais responsáveis pela proliferação do mosquito Aedes Aegypti, responsável pela transmissão das doenças.
Por conta do início do período chuvoso no Maranhão, as autoridades de saúde estão em alerta para o surgimento de novos casos das doenças, já segundo o Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), foi registrado um índice de 255,2 milímetros de chuva na capital em 15 dias, uma média histórica para todo o mês de janeiro.
A Prefeitura de São Luís iniciou nessa semana a capacitação de profissionais de saúde para acolhimento dos pacientes com suspeita de dengue na capital. Agentes comunitários de saúde já estão realizando um trabalho de conscientização e prevenção da doença, visitando bairros que apontam altos índices de casos da dengue, zika e chikungunya.
Agentes de saúde realizam trabalho de prevenção em bairros de São Luís (MA) — Foto: Divulgação/Prefeitura de São Luís
Dengue
A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti por meio de quatro sorotipos o vírus (1, 2, 3 e 4) que estão em circulação no país. A intensidade de circulação é alternada e os surtos da doença costumam ocorrer quando há mudança na circulação. Existem dois tipos de dengue, a comum e a hemorrágica que é o tipo mais forte da doença.
Segundo o boletim médico do Ministério da Saúde, entre os principais sintomas estão febre alta (acima de 38º), dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo.
O diagnóstico é feito por um médico por meio de exames laboratoriais. Caso apresente algum desses sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequado. O Sistema Único de Saúde (SES) oferece tratamento gratuito para a doença.
Zika vírus e Chikungunya
A zika também é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, por meio de relação sexual e em mulheres gestantes, infecção atinge os fetos que podem nascer com microcefalia. Entre os sintomas estão vermelhidão e coceira pelo corpo, febre baixa, conjuntivite sem secreção, dor nas juntas e dor de cabeça.
O tratamento é feito com uso de analgésicos, antitérmicos e outros medicamentos que estão disponíveis pelo SUS, para controle da febre e dor, segundo o Ministério da Saúde. No caso das sequelas mais graves, o paciente recebe acompanhamento médico e os pacientes são tratados em centros especializados, como os de reabilitação (CERS).
Zika continua a causar casos de microcefalia, alertam médicos
Após a transmissão da doença pelo mosquito Aedes aegypti, o paciente com Chikungunya pode sentir febre, dor de cabeça, mal estar, sintomas semelhantes aos da dengue e do zika vírus. A diferença entre as doenças é intensa dor nos joelhos, cotovelos e tornozelos, entre dois a 12 dias da picada do inseto.
Alguns pacientes podem desenvolver um quadro crônico com dores que podem durar anos ou meses. Pacientes com a doença também são tratados com recomendação médica. Em caso de sequelas mais graves, os médicos podem orientar os pacientes a fazer fisioterapia. Os diagnósticos das duas doenças são feitos por meio de exames laboratoriais.
Prevenção
Para combater a infestação do mosquito transmissor, além do suporte das autoridades, o cidadão também pode eliminar os focos ao adotar as estratégias de combate ao mosquito. Veja abaixo:
- Colocar areia nos vasos de planta ao invés de água. Nos que tiverem água, limpar bem com uma escova e sabão, só tirar a água não adianta;
- Não jogar lixo e entulho em locais sem coleta;
- Limpar calhas d’água;
- Não deixar água parada em garrafas, tampas, baldes, bacias, pneus;
- Tampar a caixa d’água;
- Uso de repelentes;
- Colocar água sanitária nos ralos.
G1