Estudantes do Mestrado em Educação da Faculdade Latino Americano de Educação – FLAED entraram com um processo na 2º Vara Cível da Comarca de Codó (MA) após tomarem conhecimento que a instituição nunca firmou parceria com a instituição internacional Universidad de Desarrollo Sustentable – UDS e com a Faculdade de Educação Superior de Paragominas – FACESP como inicialmente divulgado.
Segundo os mestrandos, a ação está sendo feita por cerca de 07 estudantes que afirmam que no primeiro encontro se encontravam presentes representantes da Faculdade de Educação Superior de Paragominas – FACESP e da Universidad de Desarrollo Sustentable – UDS, respectivamente. Além dos diretores da FLAED, Wildison Soares e Marineude Soares.
Durante este encontro foi afirmado que as aulas aconteceriam no Polo da FLAED mensalmente e ao final das disciplinas os mestrandos iriam para a UDS, em Assunção, no Paraguai, onde permaneceriam por 14 dias e lá cursariam mais algumas disciplinas e realizariam a defesa da dissertação.
Os alunos afirmam que o investimento seria feito em 30 meses com parcelas de R$ 500,00, e com desconto de R$ 100,00 para aqueles que realizassem o pagamento até a data limite de vencimento do boleto, ficando a parcela no valor de R$ 400,00.
“Em alguns casos não houve assinatura de contrato, sendo apenas verbal, mas como acreditamos que se tratava de um curso sério e regularmente inscrito junto as instituições reguladoras, realizamos os pagamentos das matrículas assim que iniciaram as aulas”, afirma um dos alunos que pediu para seu nome não ser divulgado.
Após alguns meses, durante uma das aulas do professor e orientador, Eraldo Madeiro, até então apresentado como principal representante da UDS no Brasil, afirmou que não seria mais possível à defesa das dissertações por conta do falecimento do diretor da UDS.
Os alunos contam que depois deste momento outros problemas começaram a surgir. “Não tínhamos mais aulas mensais, o cronograma estabelecido com as datas das defesas constantemente sofriam alteração, cobrança de novas taxas indevidas, além de vir a tona que Madeiro, inicialmente apresentado como diretor da UDS e representante da instituição no Brasil era uma farsa. Assim como nunca houve nenhum registro de que os estudantes de Codó não foram nem sequer matriculados ou vinculados a UDS”, afirma outro aluno.
Após algumas pesquisas do advogado dos estudantes, verificou-se que a FACESP não tem autorização para a oferta regular de serviços educacionais à distância através de cursos de pós-graduação na modalidade mestrado. Ou seja, ficou evidente que a instituição está simulando o oferecimento do curso de mestrado, lesando gravemente inúmeros estudantes.
Além do processo civil que transita na 2ª Vara de Codó, o caso também está sendo investigado pela policia civil do município pela suposta pratica do crime de estelionato, tipificado pelo art 171 do Código Penal. Se condenados, os responsáveis pela instituição podem pegar de 01 a 05 anos de cadeia, além de outras sanções como pagamento de multas.
Procurado pelo Blog do Leonardo Alves para falar da quebra do contrato e da ação em desfavor das instituições FLAED e FACESP que está transitando, os representantes da FLAED
não se pronunciaram até o fechamento da matéria.
“Nós não entendemos porque tanta demora no andamento do processo, que foi dado entrada em agosto 2019. Queremos ser indenizados por danos morais, quero ser ressarcido por todo pagamento das mensalidades e despesas de passagens e orientação que realizei. Porque meu sonho de realizar meu mestrado esse ninguém vai poder ressarcir”, complementou um dos alunos.