Ontem, o presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou quem será o futuro ministro da Educação. “Gostaria de comunicar a todos a indicação de Ricardo Vélez Rodríguez, filósofo autor de mais de 30 obras, atualmente Professor Emérito da Escola de Comando e estado Maior do Exército, para o cargo de Ministro da Educação”, escreveu em seu Twitter.
A indicação do colombiano (naturalizado brasileiro) ocorre um dia depois da bancada evangélica vetar o educador Mozart Neves, diretor do Instituto Ayrton Senna, para o cargo. Ele era crítico do projeto Escola Sem Partido (ESP), uma das principais bandeiras do presidente eleito.
Vélez, por sua vez, tem afinidade com o ESP, se posiciona contra a ideologia de gênero e é colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Em seu blog, um texto de sua autoria diz que é preciso “refundar” o Ministério da Educação. O “anti-marxista” como foi chamado, tem livros publicados contra o Partido dos Trabalhadores (PT). Para ele “os brasileiros se tornaram reféns do atual sistema de ensino que desmonta os valores da sociedade”.
Seu discurso é afinado com os planos de governo de Bolsonaro e promete “combater o esquerdismo na educação e acabar com a discussão de gênero nas escolas. Suas propostas, porém, já lhe renderam o título de “ultradireitista”.
Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais – CEIPE-FGV, fez sua leitura a partir do currículo do indicado. Ela avaliou que falta experiência em gestão de políticas educacionais ao novo integrante da equipe do presidente eleito.
“Bolsonaro prometeu um perfil técnico para o cargo, mas Vélez não entende de administração de políticas de educação. Pelo currículo dele, ele é um intelectual”, observou. “Lógico que ele pode aprender”, completa. Em sua defesa, Bolsonaro disse que “Vélez tem ampla experiência docente e gestora”.
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