Parlamentares da oposição e jornalistas defendem liberdade de imprensa e democracia

Organizado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o ato contou com a presença de representantes das entidades, jornalistas e líderes da oposição. Eles classificaram os recentes ataques a jornalistas e a veículos de imprensa como atentados à democracia e criticaram a postura do presidente Jair Bolsonaro que, segundo a Fenaj, foi responsável por 179 ataques à imprensa, de janeiro a abril deste ano.

Absurdos
Sobre os ataques que os profissionais da imprensa e as empresas jornalísticas têm sofrido, a relatora da CPI Mista das Fake News, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), afirmou que é preciso “dar um basta nesses absurdos, que são cópias do que acontecia num passado sombrio da nossa história” .

Para o líder da oposição no Senado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o ato é em defesa da democracia. “De todos os sinais do regime autoritário, um dos mais fortes é a violência contra a liberdade de imprensa”, pontuou.

A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), líder do partido, afirma que este é o momento mais grave da história brasileira. “Enfrentamos o vírus da Covid e do autoritarismo.” Ela considera um absurdo jornalistas não poderem acompanhar as coletivas no Palácio da Alvorada por falta de segurança.

Ações do presidente
O líder da oposição na Câmara, deputado André Figueiredo (PDT-CE), afirmou que não existe democracia sem imprensa livre. “Além do problema sanitário, temos que conviver com um governante que convoca manifestações autoritárias contrariando orientações da OMS. Temos absoluta convicção de que todas agressões físicas que jornalistas estão vivendo são resultado dessa postura do presidente”, afirmou.

O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder do partido, também criticou ações do presidente como o “cala boca” que falou a jornalistas que faziam a cobertura em frente ao Palácio do Alvorada, além de manifestações de seus apoiadores. Na opinião dele, essas ações acabam legitimando as agressões aos jornalistas. “É inaceitável. É um ataque a todos nós”, disse Molon.

“Ódio e nojo da ditadura”
A jornalista Cristina Serra citou trecho de discurso do então presidente da Assembleia Nacional Constituinte Ulysses Guimarães na sessão de promulgação da Constituição, em 1988: “Temos ódio e nojo da ditadura”, afirmou Ulysses. Cristina disse que, naquele momento, acreditou que viveria em um país livre e pediu que essa esperança não seja destruída.

“Nessa luta pela democracia, nós jornalistas temos lado sim. Estamos ao lado da defesa dos direitos humanos, da defesa da democracia, da liberdade, do equilíbrio entre os poderes e da defesa das nossas instituições. E, claro, mais importante de tudo, nós defendemos a vida e a saúde da população brasileira”, afirmou.

Agência Câmara de Notícias