O ex-articulador municipal do Selo UNICEF, Leonardo da Silva Alves, resolveu dizer “chega de palhaçada” e bateu à porta do Ministério Público Estadual mais uma vez para reiterar denúncia de sua autoria sobre abuso de autoridade e uso indevido da Câmara para perseguição política e pessoal. O motivo? Uma suposta armação protagonizada por 07 (sete) vereadores da legislatura passada, que teriam usado a Câmara Municipal como palco para uma peça de perseguição pessoal e política.
Segundo a denúncia encaminhada ao promotor Raphaell Bruno Aragão Pereira de Oliveira, os vereadores Raimundo Magalhães/Leonel Filho, Araújo Neto, Evimar Barbosa, Rodrigo Figueiredo, Iltamar Muniz, Valdeci Calixto e Raimundo Carlos resolveram se reunir não para debater soluções para a cidade, mas para acusar a gestão anterior — e mais precisamente Leonardo Alves, o articulador do Selo UNICEF — de fraude na obtenção da certificação internacional concedida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Mas, ao que tudo indica, os nobres parlamentares esqueceram o básico: antes de sair por aí acusando, é de bom tom investigar, pedir documentos, convocar agentes públicos para prestarem esclarecimentos, coisas simples assim. Leonardo garante que nenhuma dessas formalidades foi observada. Nada de requerimento pedindo informações, nada de convocação oficial. Foi direto do “achismo” para o ofício — e com o brasão da Câmara Municipal junto, como se tudo tivesse sido aprovado no plenário (spoiler: não foi). Em nova comunicação feita ao Ministério Público, Leonardo Alves garante que nenhuma dessas formalidades foi observada e alega que os vereadores violaram a Lei Orgânica do Município e o próprio Regimento Interno da Câmara.
Para dar um toque ainda mais pitoresco à história, o requerimento enviado ao UNICEF e ao Ministério da Educação trazia não só o nome da Câmara (sem o aval dela), como também o contato pessoal do vereador Raimundo Magalhães/Leonel Filho — talvez na esperança de que o UNICEF ligasse direto, quem sabe para elogiar a iniciativa. Na reiteração da denúncia ao MP, Leonardo recomenda que o promotor responsável pela investigação solicite informações do ex-presidente Antônio Luz para saber se a Câmara aprovou envio de requerimento ao UNICEF e ao Ministério da Educação e sugere encaminhamento de ata da sessão e vídeo com link do yotube da transmissão da sessão que aprovou o documento.
Leonardo Alves, munido de relatórios, dados e provas de que o município cumpriu as metas exigidas pelo UNICEF, mostrou ao Ministério Público que as ações aconteceram, sim: combate à evasão escolar, campanhas de vacinação, proteção a crianças e adolescentes, e até implementação da Lei da Escuta Protegida. Nada disso foi levado em conta pelos “fiscais seletivos” da verdade.
Como se não bastasse o teatro parlamentar, um novo personagem entra em cena: o blogueiro Ítalo Guilherme Alves da Silva Sousa, aliado dos mesmos vereadores e da atual gestão. Ítalo decidiu inovar no jornalismo opinativo e foi às redes sociais acusar Leonardo de fraude, de ser “funcionário fantasma” e até de integrar uma quadrilha — tudo isso ao vivo, com microfone na mão e um certo gosto pela difamação.
Leonardo não deixou barato: pediu ao Ministério Público que avalie a abertura de ação penal contra o blogueiro, cujas “análises investigativas” podem render muito mais que curtidas — quem sabe um processo que pode gerar muita dor de cabeça.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos. E quem sabe, dessa vez, com menos teatro e mais responsabilidade.